Acontece que esse dia chegou, eu me formei em dezembro, mas mantive o ritmo. Como o dólar estava em crescimento geométrico pensei em fazer alguma coisa, sei lá, menos viajar logo. E foi o que eu fiz, ao invés de descansar eu me inscrevi num curso intensivo de inglês durante o mês de janeiro, puro cansaço.
Depois veio a formatura em fevereiro, e por fim o carnaval. Finalmente o ano começou, pensei, e ai? O que fazer?
Chegava em casa desanimada após um dia cansativo de trabalho, estava beirando ao comodismo.
Um dia, iluminada por um desejo intrínseco eu liguei para uma agência de intercâmbio que há muito eu havia simpatizado, pesquisado e checado.
Do outro lado da linha, o Luciano me disse que já havia morado na Austrália, “Que tal morar em Sidney? Era difícil ver alguém ficar muito tempo no Canadá, já que não se pode trabalhar por lá. Na Austrália você estuda e trabalha, legalmente”.
Isso mexeu comigo, me balançou. Tenho pavor de ficar num país que não o meu sem dinheiro.
Marquei para o dia seguinte uma visita, antes, porém passei a noite lendo o Guia Folha sobre a Austrália, li tudo sobre Sidney, e quanto mais eu lia mais o meu coração se fechava, achava lindo, mas não me imaginava lá.
Já era madrugada de sábado quando fechei o livro da Austrália, e pensei: ah meu Deus e agora?
Então ao devolver o livro na estante peguei o livro sobre o Canadá, cada página que eu abria me enchia de alegria, eu queria estar lá, eu queria morar lá e eu me via naquele país.
Dormi decidida: é o Canadá o meu lugar.
E no dia seguinte fui sapecar toda feliz em São Paulo.

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