quinta-feira, 30 de abril de 2009

Adaptações

Às vezes nem sempre querer é poder.
Foi exatamente isso que me ocorreu na primeira semana de preparação para minha viagem.
Depois de procurar incansavelmente todos os documentos exigidos pela agência, me dei conta que não tinha nada em ordem. Tive que ir às pressas ao Poupatempo e, mais do que isso, adiar a viagem por mais um mês, ou sairia daqui sem resolver metade do que realmente precisava.
Confesso que fiquei decepcionada por ter de mudar a data, mas foi necessário. Remarquei para 09 de maio, e apesar de ter comunicado logo à agência essa decisão, me bateu uma tristeza profunda quando me ligaram dizendo que eu teria de pagar 200 dólares a mais para procurarem outra família para mim.
Em paralelo a todos esses acontecimentos outra mudança estava ocorrendo em mim, e acredito que era a mais dolorosa: a readaptação com o dinheiro.
Por mais que estava tudo dentro do planejamento, foi um choque abrir mão da manicure semanal, sapatos, restaurantes bons, congressos, cinema, teatro, concertos, shows, etc.
Como era horrível dizer não a algo em razão do dinheiro! No meu caso a falta dele. Fazia tempo que eu não sentia algo similar. E essa angustia em relação a essa questão durou todo o mês de março.
Mas nada como sapecar aqui e ali que tudo se encaixa perfeitamente.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

A realização

Se vivêssemos mais no presente que no futuro ou passado provavelmente desfrutaríamos dos momentos que nos ocorre com maior intensidade.
E bendito foi aquele sábado que levantei cedo, faltei na natação, contei só para minha avó e para a Jaque aonde iria, peguei o trem para São Paulo, e fui à Connection Line... E sai de lá saltitando de tão feliz, queria rir e chorar ao mesmo tempo.
Fechei a minha viagem para o Canadá no próximo mês, dia 11 de abril era o embarque, eu não me cabia em mim!
Liguei para a Jaque, que foi imediatamente me encontrar na Av. Paulista, liguei para a Naty, para o Papito, para a Roberta e Mamuska (que não me atendia).
Ah que emoção! Eu iria mesmo, que sonho realizado!
Foi então a hora de pedir demissão. E tudo isso num dia só!
Mas por motivos pessoais eu envolvi, a princípio, somente algumas pessoas no processo.
De repente me vi numa correria frenética para organizar tudo, morar seis meses no exterior, muita coisa.
O meu chefe foi o primeiro a ficar bastante tristonho com a minha saída, aliás, lá se iam oito anos de parceria.
Depois a minha Mamuska ficou completamente feliz, e não fosse por ela eu não teria conseguido nada.
Meu Papito ficou assim meio Tomé, será que você vai mesmo? Mas já, tão rápido? No começo achei que ele não tivesse ficado feliz, pois a expressão dele foi de completa surpresa, depois percebi que como todo pai ele estava somente preocupado, mas feliz.
E aqui em casa apesar da felicidade, minha avó começou a ter crises de tristeza toda vez que tocava no assunto.
E foi assim que iniciou o processo da minha viagem! Ah como é bom sapecar!

domingo, 19 de abril de 2009

A decisão

Enquanto eu fazia faculdade achava que após terminá-la iria fazer muitas e muitas coisas que gostaria e não tinha tempo.
Acontece que esse dia chegou, eu me formei em dezembro, mas mantive o ritmo. Como o dólar estava em crescimento geométrico pensei em fazer alguma coisa, sei lá, menos viajar logo. E foi o que eu fiz, ao invés de descansar eu me inscrevi num curso intensivo de inglês durante o mês de janeiro, puro cansaço.
Depois veio a formatura em fevereiro, e por fim o carnaval. Finalmente o ano começou, pensei, e ai? O que fazer?
Chegava em casa desanimada após um dia cansativo de trabalho, estava beirando ao comodismo.
Um dia, iluminada por um desejo intrínseco eu liguei para uma agência de intercâmbio que há muito eu havia simpatizado, pesquisado e checado.
Do outro lado da linha, o Luciano me disse que já havia morado na Austrália, “Que tal morar em Sidney? Era difícil ver alguém ficar muito tempo no Canadá, já que não se pode trabalhar por lá. Na Austrália você estuda e trabalha, legalmente”.
Isso mexeu comigo, me balançou. Tenho pavor de ficar num país que não o meu sem dinheiro.
Marquei para o dia seguinte uma visita, antes, porém passei a noite lendo o Guia Folha sobre a Austrália, li tudo sobre Sidney, e quanto mais eu lia mais o meu coração se fechava, achava lindo, mas não me imaginava lá.
Já era madrugada de sábado quando fechei o livro da Austrália, e pensei: ah meu Deus e agora?
Então ao devolver o livro na estante peguei o livro sobre o Canadá, cada página que eu abria me enchia de alegria, eu queria estar lá, eu queria morar lá e eu me via naquele país.
Dormi decidida: é o Canadá o meu lugar.
E no dia seguinte fui sapecar toda feliz em São Paulo.

terça-feira, 14 de abril de 2009

A crise

Custo de oportunidade é você abrir mão de alguma coisa em detrimento de outra. Ou isso ou aquilo, como já dizia Clarice Lispector.
O planejamento dessa viagem começou em 2006, porém o ano de 2008 foi duro para mim. Primeiro porque eu estava no último ano da faculdade, tendo de fazer o Projeto Experimental, tendo de estudar muito e muito, e nada de final de semana livre. Segundo que veio a crise.
Eu, que até então não prestava atenção no que ocorria com o mundo, vi meu dinheiro desvalorizar frente a um furacão de pessimismo que se iniciou em setembro de 2008 no planeta. Eu não apliquei dinheiro na bolsa de valores, mas eu investia para gastar em dólar, que só fazia subir de valor.
Por um mês eu fiquei no buraco do problema só reclamando dele e não conseguindo visualizar opções.
O plano B que eu havia feito lá atrás, em 2006, nas metas Smart`s, na verdade era uma extensão do plano A! Eu não havia suposto o risco do câmbio! Pensei em desistir, juro que pensei.
Depois pensei em adiar a viagem. Fácil para quando se está em casa pensando sobre o futuro e difícil para quando se está trabalhando.
O plano A era viajar em abril de 2009, pois eu iria na primavera e pegaria o verão e o início do outono (odeio inverno e neve), pensei em ir em agosto, em ir em 2010, em ir em julho, em mudar de país.
Comprei o guia da Austrália, e nada.
Por fim pensei em somente terminar a faculdade, e depois pensar no que fazer, claro, continuar juntando dinheiro, muito dinheiro.
Se você não sapecar corre o risco de virar estátua!

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Os motivos

Seriam necessárias tantas outras vidas para realizar tudo o que planejamos, ou desejamos, para nós. Se querer é poder, saber o que querer é mais poderoso ainda.
Pois saiba que estive pensando em como foi difícil eu aceitar essa idéia de colocar no papel de ir para o Canadá. Por que Canadá e não África, EUA ou México?
Eu havia me apaixonado pela Itália, queria voltar para lá. Mas o ápice da minha decepção foi, além de não conseguir a cidadania italiana, fazer uma entrevista na Natura. Sim eu cheguei bem perto de entrar na Natura. O teste de inglês foi cruel, mais ainda quando tive de refazer o teste na frente da psicóloga, sai de lá oprimida.
Depois, uma empresa italiana se instalou em Jundiaí, e o requisito básico para trabalhar lá era: falar inglês. Italiano não, inglês.
E quando eu fui numa feira de intercâmbio, ao conhecer um MBA em Comunicação na Pontifícia Universidade Católica de Milão as aulas eram 90% em inglês.
Se até na Itália se falava inglês, e eu nada fã dessa língua, por que eu queria falar somente italiano? Foi ai que eu retornei à minha missão. Eu tinha uma missão a ser cumprida, ou então não tinha razão em me levantar todas as manhãs.
A partir daí eu resolvi: vou falar inglês, custe o que custar. Mas vai ser no país de origem.
Eu não tinha o perfil de um visto americano e a Austrália e Nova Zelândia eram desconhecidas para mim. Foi ai que escolhi o Canadá.
Sim, seria bem mais fácil eu me lembrar que anteriormente eu já queria ir para lá, mas eu tenho uma péssima memória, e ao passo que eu ia lendo e estudando sobre o país eu fui me apaixonando e querendo cada dia mais rápido fazer chegar a data dessa viagem.
Viu como sapecando eu me achei?

terça-feira, 7 de abril de 2009

Saiba para onde vai

“Se você não sabe para onde vai, qualquer lugar serve”. Essa frase é poderosa, pelo menos para mim.
Mas se você quer fazer parte das (pouquíssimas) pessoas que realmente sabem para onde vai, você tem de não só persistir, mas traçar um planejamento na sua vida. Eu não sou expert em planejamento, mas eu tracei o meu, pelo menos a curto e médio prazo. Já aviso: é fácil não!
Sabe aquela pergunta: Onde você estará daqui a cinco anos? 10 anos? É difícil.
Eu fiz várias metas a curto e médio prazo, as chamadas metas smart`s. Depois coloquei por ordem de prioridades. Então eu fui muito persistente, depois que eu as escrevi no meu caderninho de cabeceira, o caderninho dos sonhos, essas metas criaram forma e conteúdo, elas queriam se concretizar. E eu mais ainda.
Mas, acima de tudo, a maior meta smart e a mais difícil de eu seguir a risca (mas eu segui sim!) foi essa pela qual me motiva a escrever esse blog. Ah sim, só relembro que aprendi tudo no ICF!!!
Eu a intitulei de Meta Smart de Aprimoramentos.
Essa meta visava eu estudar seis meses no Canadá e voltar falando fluentemente o inglês.
Nessa meta estavam outras metas em curto prazo, já que envolvia investimento pesado numa fase em que eu pagava faculdade.
Pois bem, depois de dois anos investindo, estudando sobre o Canadá, abrindo mão de algumas coisas, quase desistir no caminho, desanimar frente ao dólar alto, eu vou realizar esse sonho. A primeira parte da meta eu já cumpri: estou indo para o Canadá. Mas alguém duvida que eu não volte falando fluentemente o inglês?
Ah, pois! Vou sapecar no Canadá também!