segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Fim

Voltar ao Brasil depois de seis meses.

Parece que foi ontem que eu embarquei para Vancouver.
Quero agradecer a todas as pessoas que me apoiaram.
Estou na minha segunda semana de férias antes de voltar ao batente, e aproveitando para rever amigos, familiares e me readaptar ao Brasil.
Posso dizer que essa viagem foi a melhor da minha vida!
Quero mais!!!
Um abraço a todos!!!
Mel

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Home

HOME - Michael Buble

Another summer day
Has come and gone away
In Paris and Rome
But I wanna go home


Maybe surrounded by
So million people I
Still feel all alone
I just wanna go home
I miss you, you know

Another airplane
Another sunny place
I'm lucky I know
But I wanna go home
I've got to go home
Let me go home

I'm just too far
From where you are
I wanna come home

Another winter day
has come and gone away
And in Paris and Rome
And I wanna go home
I gotta go home
Let me go home
It all will be alright
I'll be home tonight
I'm coming back home

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Quase um fim

Difícil acreditar que o meu tempo está chegando ao fim.

Hoje já chorei um bocadinho.
Hora de comprar mais uma mala para colocar tudo que comprei e o que eu trouxe!
E tentar gastar os últimos dólares com a minha humilde lista.
Fiquei em estado de choque quando vi meu saldo bancário quase a zero, uma hora o dinheiro acaba né, só estou gastando.
Penúltima semana de aula e uma vontade danada de faltar!
Hoje fiz um teste mega difícil de inglês, sexta passada fiz o teste oral, tudo para avaliar o meu inglês sob todos os ângulos.
Amanhã na minha aula de business vai começar o tópico sobre recursos humanos.
O meu computador resolveu me enviar uma mensagem hoje, dizendo que está com a HD cheia e por causa disso não vai mais trabalhar. Pode ser o frio.
Finalmente tomei vergonha na cara e comprei um multivitamínico, não gosto de gastar dinheiro com remédios, mas me convenci que estou precisando de alguma coisa saudável.
Não agüento mais cozinhar para mim!
Está absurdamente frio em Toronto, essa madrugada será de até -3 graus. Muito gelado.
E o medo. A pior coisa que pode existir é o medo do futuro, isso faz angustiar o presente e não me deixar viver meus últimos dias canadenses como mereço.
Tenho medo, muito medo de tudo. Eu sei que no fundo tudo vai ficar bem, mas é um medo que me aterroriza durante as madrugadas geladas de Toronto, e me faz chorar em qualquer hora do dia.
Vamos lá, big girls don`t cry!
Estou precisando das pessoas que eu amo, sem elas eu não vou conseguir viver. Somente o amor pode nos dar todas as forças necessárias para suportar tudo.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Thanksgiving

Hoje é feriado no Canadá, dia de ação de graças, ou thanksgiving. É um dia para ficar com a família, agradecer a Deus e fazer um mega jantar.

Eu comprei nhoque e frango, ao invés de peru, vou tentar fazer daqui a pouco. Ficar em casa até que não é sacrifício, já que está frio e tenho exame de inglês amanhã.
A questão é conseguir estudar quando se mora com pessoas diferentes do seu sangue. Tenho vontades reprimidas de dizer “dá para você abaixar o volume?” ou “você não vê que estou estudando?” ou então “se você não percebeu, eu estava assistindo TV antes de você desligar sem perguntar”, e por ai vai.
Mas hoje não é dia de se estressar com nada. Vou tentar estudar mesmo assim.
Estou na minha 23ª semana aqui no Canadá e quantas saudades.
Quanta coisa já me aconteceu!
Graças a Deus consegui muitas realizações e muitas sapecadas também.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

French Canadá

Estar no lugar certo e na hora certa é uma coisa que, definitivamente, não é para qualquer um, eu já disse aqui.
Esse está sendo o melhor ano da minha vida.
Percebi isso pedalando nas ruas de Quebec City. Quem diria que depois de tantos anos eu iria montar numa bike, num frio tremendo, para conhecer a cidade mais linda do mundo.

Depois deitar na grama e ficar admirando o céu azul, lindo.

Entrar num outleet da Le Chateu e tentar entender francês enquanto escolhia um casaco de pele maravilhoso branco e inacreditavelmente barato.
Estar com uma enxaqueca horrível, porque passei a noite num ônibus viajando e falando mais que o homem da cobra – e em inglês – ao invés de dormir.
Passar um frio tremendo com um vestido sem manga indo para uma balada dançar até não querer mais, ao invés de dormir cedo para compensar a noite não dormida e quem sabe, sarar da enxaqueca.
Ter certeza absoluta que aquela loira linda, sentada no bar da balada é a atriz Juliette Binoche.
Andar até dizer chega em Montreal e entrar em todas as lojas possíveis e resistivelmente não gastar nada.
Sair para jantar e levar o próprio vinho, pois no restaurante não vende bebida alcoólica, mas permite que leve a sua de casa.
Estar com uma enxaqueca duplicada a milésima potência e mesmo assim ir para outra balada ao invés de voltar para o hotel mais cedo dormir e compensar duas noites acordadas.
Acordar no dia seguinte antes das sete da manhã, pior que todos os dias anteriores e mesmo assim viajar como se nada tivesse acontecendo.
Chegar em Ottawa milagrosamente sem dor e ver que o dia estava mais lindo que todos os dias anteriores.
Não alugar uma bicicleta por 25 dólares e ao invés disso andar por quatro horas para conhecer toda a cidade a tempo de fotografar cada coisa linda que nela tinha.
Fazer a sua amiga de viagem andar mais ainda só porque você cismou que tem de ir à Embaixada da Arábia Saudita tirar uma foto e mandar para o seu ex-namorado que prometeu vir te visitar em Toronto.

Fazer uma viagem de barco pelas Mil Ilhas de Kingston falando muita besteira em inglês com meus amigos árabes.
Voltar para Toronto tagarelando mais que na primeira noite a ponto de ficar com a boca cansada.
Chegar em casa e perceber que estou mais gorda que anteriormente, mas mesmo assim devorar uma pizza inteira sozinha.
Ah, isso sim são boas sapecadas.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Futuro

Longe de casa há mais de cinco meses... Hoje, assim como todas as quintas-feiras, eu acordei bem cedo. Não que eu queira, mas assim como a coleta de lixo passa todas as terças a noite, a manutenção do prédio limpa o jardim toda quinta-feira bem cedo, e morar no segundo andar é compartilhar com o som estupendo da máquina de cortar grama.
Essa semana começou o outono, e as ruas estão simplesmente maravilhosas. Ainda não fui ao High Park, mas as árvores estão mudando de cor, vermelha, laranja, amarela, rosa, algumas folhas verdes, muitas folhas no chão. Chove todos os dias, o ar está úmido, temperatura amena. Amo muito tudo isso.
Em mais um mês e voltarei ao Brasil.
Já estou psicologicamente preparada para a volta, por isso não me apeguei tanto a Toronto.
Eu ando nas ruas e sinto uma satisfação tão gostosa, que chega a sair lágrimas dos meus olhos. Não consigo explicar.
Como foi bom ter escolhido o melhor momento para morar aqui! Não sei se sentiria o mesmo no inverno, com meu pé atolando na neve.
Os meus pensamentos estão divididos entre o presente e o futuro. É inevitável, não consigo controlar.
O meu cérebro transborda de informações e a minha mente pede um arrego numa rede gostosa de Aracaju, talvez.
O meu coração saltita de saudades, de tudo e de todos. E os meus olhos anseiam rever muitas coisas ainda, antes de partir e depois quando chegar.
O perfume das cores me remete a lembranças tão doces que chego a pensar que estou no céu, ou de volta a Vancouver.
E como já dizia Joni Mitchel: “Oh Canadá!”

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Níveis e desníveis

Quando eu cheguei ao Canadá o meu inglês era sofrível. Eu havia estudado em algumas escolas no Brasil, mas não foi suficiente.
Ao desembarcar em Vancouver sem conseguir falar com ninguém, sem entender nada, sem ler nada, foi uma frustração.
Os meus primeiros quinze dias foram iguais, sem falar ou entender.
Eu comecei a estudar no PLI no Low Intermediate, um nível antes do intermediário. E apesar de as aulas serem sobre Present Simple, foi uma dureza. Nunca imaginei que não sabia falar arroz e feijão em inglês.
Às vezes parece idiota, mas eu não sabia falar o básico!
Resolvi estudar gramática por dois meses, pois aqui no PLI você escolhe uma aula que quer estudar e a segunda é obrigatória para todos os alunos, Communication Skills.
O segundo mês eu já conseguia me comunicar, e nas aulas eu estava aprendendo Simple Past. Como aula de gramática é uma chatice, mas necessária.
O que complementou o meu segundo mês e me ajudou a dar um upgrade foi meu novo celular. Comprei um celular no início de Junho, porém morria de medo de atender. Foi quando conheci o Jacob e a minha vida mudou, o meu inglês melhorou muito!
Eu fiz o meu primeiro exame para saber as quantas andavam o meu inglês, quando descobri que era péssima em leitura. Fui para o intermediário.
Mas ao invés de escolher alguma aula de leitura para o terceiro mês eu achei que tinha de estudar pronúncia e listening, às vezes não entendia o que o Jacob ou o Wais me diziam. Então escolhi as aulas de Listening, Conversation and Pronunciation.
Em paralelo a isso eu estava fazendo aulas de Communication Skills, que sempre havia debates, muita conversa, coisas práticas como aprender a jogar Poker, Black Jack, hehehe. Sim aprendi a contar dinheiro, muito útil, conversas sobre cultura, viagens, filmes, e gramática.
Quando vim para Toronto mudei de nível, cheguei aqui como High Intermediate Plus, um nível antes do avançado. Eu havia pulado dois níveis. Meu professor disse que eu merecia.
Mas nem tudo é só status.

Vim para Toronto para falar quase nada em inglês e muito português. Se talvez eu tivesse ficado em Vancouver estaria no avançado, será? Lá eu realmente falava muito!
O meu primeiro mês de aula foi uma coisa de tão difícil, escolhi aulas de leitura dinâmica. Finalmente me conscientizei que era hora de aprender a ler, aliás, eu queria ler jornal, revista, etc.
Foi quando fiz outro exame de inglês (a cada dois meses). E que exame difícil, meu Deus. Parecia que nunca tinha aprendido inglês na vida.
Ao invés de ir para o avançado, voltei para o High Intermediate, sem plus. Para mim foi até bom. De que adianta estar no avançado sem ser avançada!
E quem disse que inglês é fácil é porque nasceu por essas bandas.
Decidi que era a hora de variar, mais dois meses e eu estarei em casa. Escolhi aulas de business communication. As aulas são as melhores que podem existir, com um professor muito bom da Inglaterra, ruim é o sotaque dele.
As aulas são uma revisão da faculdade em inglês, ou até coisas que não aprendi muito bem, como aulas de marca e propaganda.
É muito difícil, eu tenho de estudar muito, pois são tantas palavras novas no mundo corporativo que chego em casa exausta. Muita leitura, muitos artigos, muita lição de casa, muita revisão.
Aqui em Toronto, infelizmente, ainda não estou falando inglês na mesma quantidade e qualidade que em Vancouver. Sem muitos amigos, sem namorado, às vezes acho que meu inglês não funciona.
Não consigo mais falar com a mesma rapidez que antes, mas melhorei muito meu vocabulário e gramática, leitura também, ah sem dizer que agora assisto muita TV, e isso tem ajudado muito meu listening.
Antes eu somente falava, e muito, e ia à escola. Agora eu vou à escola, estudo, faço as lições de casa, leio muito e assisto TV, mas conversar que é bom está difícil.
Como disse anteriormente, minha vida mudou (muito) aqui em Toronto, não foi para melhor nem pior, está diferente.
O negócio é estudar sempre e sapecar!