sábado, 30 de maio de 2009

Felicidade

A felicidade só existe se for compartilhada. E hoje eu estou muito feliz! Chega ao fim minha terceira semana no Canadá. Oh meu Deus, restam-me somente 21 semanas!
Posso dizer que estou vivendo muito bem aqui, na medida do possível. Duas coisas estão sendo muito difíceis para mim: a comida e o clima.
O clima, graças a Deus, está mudando. A comida... é difícil comer sanduíche, lanche, pizza, quase todos os dias.
Mamuska, quando eu voltar, me arranja uns exames de sangue no Stela Maris, pois o meu colesterol estará nas alturas.
E minha comunicação melhorou muito, eu praticamente falo tudo que quero, preciso melhorar a cada dia claro, mas estou entendendo bem. A única coisa é que cansa, cansa falar, eu chego em casa esgotada, parece que trabalhei o dia todo.
Aliás, quero compartilhar com vocês uma prova de fogo que passei essa semana.
Eis que chega ao fim o meu contrato com minha host family, antes de embarcar eu paguei estadia de somente um mês em casa de família, já que é caro viver com uma família canadense.
Pois bem, meu contrato acaba dia 06 de junho, logo eu precisava de outro lugar para morar.
Na minha segunda semana aqui em Vancouver, eu comecei a procurar uma casa para morar, no entanto eu não posso alugar uma casa inteira, não tenho condições financeiras para tal. Logo, eu procurava simplesmente por um quarto só para mim, de preferência com tudo incluso (TV, lavanderia que eu pudesse usar, uma cozinha que eu pudesse cozinhar, levar amigos, que tivesse internet, etc.), que fosse limpa e perto da escola, sim e que me custasse até 600 dólares canadenses. Quase impossível.
Só para esclarecer, a casa em que moro atualmente, eu não posso trazer amigos e nem cozinhar – já inclui o café da manhã e o jantar, não tenho internet e eu não tenho TV no meu quarto, além de ser 40 minutos de ônibus até a escola, paguei 950 dólares canadenses.
Pois todos os dias eu visitava muitos sites a procura de um quarto. Minha amiga Mizue alugou um quarto sete dias depois de chegar em Vancouver.
Na semana passada, eu comecei a ligar para marcar visitas em algumas casas e conhecer o local, o quarto e tal.
Foi a coisa mais difícil que eu fiz na minha vida: telefonar para alguém em inglês. Depois negociar, em inglês of course. Foi muito difícil para mim, pois eu tinha 10 dias de Vancouver.
Só para vocês terem idéia da dificuldade que eu tive, durante uma semana, exatamente sete dias, eu não dormi a noite, não fiz lição de casa, tive muitas enxaquecas e não conseguia prestar atenção na aula, estava muito preocupada.
A primeira ligação que eu fiz, eu simplesmente desliguei no meio da conversa, disse: bye, see you, porque eu não entendi NADA. A segunda ligação que eu fiz foi para marcar um horário, até meu cérebro processar o número da casa e a rua, o horário, eu tive de ligar três vezes para a mesma pessoa até entender tudo.
A partir de então eu comecei a melhorar o meu listening no telefone. Mas sofri.
O meu final de semana passado foi só visitando quartos e mais quartos em tudo quanto é lugar, não gostava de nenhum. Ou porque dividia com homens, ou porque o quarto era na verdade a sala, ou porque era minúsculo, ou porque era muito caro, ou muito longe, ou no ultimo andar sem escada, ou porque era uma bagunça a casa, ou porque o quarto era no telhado e não dava para ficar em pé, e por ai vai.
Eu estava muito angustiada, pois o mês estava acabando e as opções também, razão pela qual todas as minhas noites eram em claro, dormindo picado, acordando de 20 em 20 minutos.
Foi então que eu conheci a Shanna por e-mail. Um dos emails que eu enviei, a moça gostou muito do meu perfil, mas ela alugava um apartamento para no mínimo três meses – eu ficaria dois.
Então ela me disse que tinha uma amiga muito bacana e que eu talvez gostasse, que ela morava a 20 minutos do centro. Escrevi para essa Shanna e ela estava de viagem para Toronto, razão pela qual eu não fui conhecer o bedroom semana passada.
Após muitos desencontros com a Shanna, eu ligava para ela e não dava certo, fui conhecer o quarto e me perdi duas vezes e desisti, ela me escreveu dizendo que me pegava de carro no metro, eu liguei ontem na casa dela e ela não estava, achei que havia desistido de mim, até que hoje ela me escreveu dizendo que dormiu ao lado do telefone esperando minha ligação. Foi assim que a conheci e logo cedo eu fui para a casa dela e me apaixonei pelo quarto.
Por fim, Deus preparou uma coisa maravilhosa para mim.
A casa é grande, agradável, limpa e moram mais alguns estudantes lá. Está tudo incluso no aluguel, o quarto tem TV, internet e eu posso cozinhar e levar amigos, tudo isso por 550 dólares canadenses. Estou muito feliz.
Aqui a foto dela com o esposo e as duas filhas.
Ela é filipina e o esposo é egípcio.
E aqui meu futuro quarto.
E a minha mudança será dia 06! Vou precisar de um taxi, pois eu trouxe muita mala!
A Shanna até queria que eu mudasse segunda-feira que ela precisa viajar para o Havaí na quarta, mas eu disse que vou terminar o contrato.
Eu não sou uma sem teto!
E amanhã vou para a praia que o sol está quente e eu preciso relaxar!
Mais umas das minhas sapequisses sem fim!

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Jantar Japonês

A cultura japonesa é interessante. E a comida deliciosa.
Hoje fez um calor gostoso, pela primeira vez no ano a temperatura chegou a 20 graus C, seria um pecado ir para casa e não aproveitar a noite, que, aliás, foi escurecer somente 21:40.
Após reunirmos somente amigas mais intimas, fomos a um legitimo restaurante japonês, Guu.
Ao chegar estranhei que o cardápio vinha com uma lupa pendurada. Achei que era para quando algum míope fosse jantar, já que o lugar era escuro e à luz de velas. Bem, o cardápio era todo em japonês e logo abaixo das letras, que para mim eram indecifráveis, estava a tradução em inglês numa letra minúscula escrita a mão. Ainda bem que pensam em tudo por aqui.
Há muito tempo que eu não usava um hashi para comer, ainda mais arroz. Mas eu melhorei um bocado hoje.
Eu já sabia que todas as bebidas japonesas são horríveis, preferi um suco de laranja mesmo.
Confesso que me alimentei bem, e não sai do restaurante com a sensação de que falta algo mais.
O lugar é muito popular, badalado digamos. As pessoas são muito educadas. A comida é muito bonita, gostosa também. Ao irmos embora desde o chef de dentro da cozinha até o barmem no balcão gritaram “thank you”.
Aqui eu e minhas três amigas japonesas.
Todas elas são da cidade de Saporo, Japão.
E até que conversamos e rimos muito, foi muito divertido. Eu aprendi um pouco sobre a cultura e comida japonesa e melhorei um cadinho meu inglês, aprendi palavras novas e fortaleci amizades. Aprendi uma palavra em japonês!
Essa semana, me dei conta de que, exceto quando eu falo sozinha (sim eu falo sozinha), eu falo inglês o tempo todo. Não tenho amigos brasileiros, apenas alguns colegas que cumprimento de longe e em inglês. Eu somente não falo muito, pois estou melhorando meu vocabulário. Pelo menos eu estou aprendendo a arte de ouvir, acredito ser a mais difícil, está sendo bom falar pouco.
E essa é mais uma das minhas sapequisses from Vancouver.
Maiiii!!!

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Jantar Turco

Hoje foi o dia de um jantar turco entre amigos.
Eu só não relembrei minha host mother desse compromisso (eu avisei na sexta sobre o jantar da segunda!), que ficou brava quando eu cheguei em casa as 21h, ela disse que eu não tinha avisado, depois de muitos sorry, pardon me e eu prometo nunca mais acontecer ela disse not problem, dont worry.
Bem, juntamos 13 colegas de escola, turcos, japoneses, brasileiros, coreanos, sul árabes e fomos a um restaurante turco perto da escola.
Foi muito bacana, a comida era gostosa e não muito cara. Difícil foi explicar isso para o meu estômago. Exceto pela carne de carneiro, o arroz, a salada e a batata frita (que eu não comi) eram iguais ao que eu já conhecia. Mesmo assim eu fiquei estranha depois.
O bacana foi que conversamos muito em inglês, havia três brasileiros e nenhum de nós conversou em português.
E foi muito bom, pois foi um jantar saudável e divertido.
Eu fui embora logo, justamente porque não tinha visto minha host mother de manhã e também estava preocupada.
Aqui eu e a anfitriã, a turca que convidou e agitou a galera para o jantar...
O nome dela é Tuche, acho que é assim que escreve porque ela escreveu em turco no meu caderno e eu não entendo se eles usam as mesmas letras que nós.
Ela está em uma das minhas aulas, também há duas semanas e fica em Vancouver até agosto, pois ela só veio porque precisa do TOEFL, que quer cursar pós-graduação em Istambul, porém a universidade exige uma determinada nota nesse exame.
A maioria dos alunos que eu conheço precisa do TOEFL para cursar o Master que eles chamam, em universidades de seu país ou até mesmo no Canadá.
É comum exigirem algum nível, até me perguntaram se no Brasil exige. Eu não me lembro, acho que somente falar inglês, não me recordo se é necessário ter um mínimo de nota no TOEFL para fazer pós (MBA).
Esse é outro turco que, não me pergunte o nome, demorarei dias para decorar, tem um nome estranho.
E aqui três turcas e uma japonesa.
Encontrei pessoas que são mais difíceis de entender que os coreanos, pois o sotaque deles é muito difícil: os turcos.
E eu vou sapecando por aqui, pelo menos agora com um pouco mais de inglês.
See you!

domingo, 24 de maio de 2009

Frio

“O frio que esse vento traz..”
E como faz frio aqui! Não se passa um dia que eu não tenha de ligar o aquecedor.
Essa semana todos os dias, exceto um, saiu um sol lindo de 15 graus.
Até arrisquei ir para a escola somente com um xalezinho na quarta-feira. A questão é que eu quase morri congelada, fiquei tão roxa que pensei que minha pele não voltaria à cor normal.
Eu amo calor!
Fiquei pensando porque eu vim parar em Vancouver se nesse exato momento em Toronto está fazendo 26 graus?
Eu me lembro do Luciano me dizendo que nessa época Vancouver era mais quente que Toronto e blá blá blá... Bem já estou aqui.
O outro problema do frio é a sua pele. Ela simplesmente resolve fazer algum tipo de greve reivindicando um creme da Clinique urgente. E aquele óleo de banho caro da Natura que você comprou no Brasil, é igual passar água na pele!
A minha pele está parecendo à daqueles jacarés que eu vi no Stanley Park.
Bem, tirando isso tudo, eu durmo com o aquecedor ligado e mais dois edredons, um lençol e um cobertor. Ah sim e uma garrafa de água, pois não há garganta que agüente com tanto calor.
Quando sai sol eu desacredito quando saio na rua. Vejo muitas pessoas de mini saia, sem blusa, regata, shortinho, só a parte de cima do biquíni. Às vezes eu pisco duas vezes para ver se estou enxergando bem, ou se eu que provavelmente estou doente. Independente do sol, o vento é cortante.
Estou sapecando de frio!

terça-feira, 19 de maio de 2009

The weekend

Todo começo é difícil, mas um longo caminho começa com o primeiro passo.
Confesso que fiquei um pouco receosa nessa minha primeira semana aqui em Vancouver. Muitas novidades.
Meu primeiro final de semana foi prolongado, em razão do feriado que houve aqui na segunda-feira. O que eu faria em três dias sozinha? Sem amigos?
No sábado fui passear de metrô. Bem original. Como o metrô não tem maquinista como em São Paulo, no primeiro vagão tem uma cadeira que você senta bem em frente da janela, não na lateral, mas como se você estivesse no lugar no maquinista.
Bem, na verdade eu estava perdida. Mas resolvi curtir andando a cidade de ponta a ponta via metro, na janelinha da frente, até achar aonde eu queria ir. Sorte minha que o metrô não era subterrâneo, hehehe.
No domingo o dia amanheceu maravilhoso, muito sol e aproximadamente uns 15 graus, graças a Deus. Não agüentava mais tanto frio.
Então resolvi ir ao Stanley Park, que é como o Ibirapuera multiplicado por três. O que eu faria num parque tão grande e sozinha? Bem resolvi sacar 20 contos da carteira e ver o mega aquário que havia lá. E como tinha crianças, Jesus! Parecia um parque infantil! Estava quase a me arrepender de ver peixinhos e mais peixinhos quando avisto a Mizue, uma amiga da escola, que estava esperando o show de golfinhos começar. Bem, pelo menos fiquei mais feliz, pois assim como eu ela fala muito mal o inglês e ficamos o dia inteiro conversando. E nos entendemos!Fomos andar o restante do parque e até senti calor! Tive que tirar a blusa! Acho que estava uns 20 graus, muito calor.
E na segunda amanheceu chovendo e frio, muito frio. Resolvi ficar em casa estudando inglês. Fazendo vários exercícios extras, pois meu homework era pouco.
E assim continuam as minhas sapequisses por aqui! See you!

sexta-feira, 15 de maio de 2009

The School

Eu queria, um dia, ser uma estudante completa e não precisar trabalhar, pois eu consegui. Mas já adianto: é fácil não!
Bem a escola que eu estudo é a PLI – Pacific Language Institute. No meu primeiro dia fiz o teste oral e escrito para saber onde me encaixaria. Por fim não consegui avançar muito em razão de eu não conseguir falar e quase ausência de vocabulário.
Por fim eu fui para nível Level 1+, ou seja, pré intermediate +.
A escola é muito grande, tem três campi, um em cada rua, próximo.
Na escola tem brasileiros, Saudi Arabian, Korean e japoneses, vi alguns sul americanos como equatorianos, mexicanos e afins. Mas os japoneses e coreanos são a maioria.
Eu estou chegando à escola por volta de 9h30m ou 10h, e minha aula termina às 18h.
Eu chego cedo para estudar, rever as aulas, fazer homework e se der, usar a internet e ler jornal. Por incrível que parece a hora voa. Quando vejo já são quase 13h, e a aula inicia às 13h30m.
Sempre saio da aula com a promessa de chegar cada dia mais cedo, mas é muito difícil, pois cansa, cansa a mente. Preciso de uma pausa mesmo.
Eu prefiro estudar na escola que em casa.
Por enquanto minha amiga aqui na escola é a Mizue, uma japonesa que assim como eu está totalmente perdida já que é recém chegada em Vancouver.
Depois tem o Akram, um rapaz da Arabia Saudita que mora há três anos em Vancouver, e sabe de todos os esquemas. Além de ter uma família imensa espalhada pela América do Norte.
A escola é preparada para quem passa o dia aqui, tem um pátio grande com várias cadeiras e mesas para estudar ou comer, já que é proibido comer ou beber qualquer coisa dentro da sala de aula.
No pátio tem uma pia de cozinha e vários microondas para poder esquentar alimentos, congelados, ou qualquer coisa, uma máquina de água quente, pois as pessoas bebem café ou chá a todo o momento, uma geladeira para você guardar seu congelado ou qualquer alimento (leite, frutas, etc), além das maquinas pagas de café, bebida e petiscos.
A área de fumante é minúscula e somente os japoneses fumam (aqui é proibido fumar em qualquer lugar fechado, público ou não).
Todos os dias têm atividades extras, quando cheguei recebi um folder com as datas e preços.
Eu, por enquanto, não estou optando fazer quase nenhuma, exceto as gratuitas ou muito baratas (até 5 ou 10 dólares). Calma, antes que vocês me chamem de avarenta eu explicarei.
Eu estou com muita dificuldade de falar com qualquer pessoa, tudo o que eu quero falar eu não consigo, sei que se eu participasse faria amigos e falaria mais, mas tem outra coisa, aqui está na primavera, chove todos os dias, e ainda está muito frio.
Se eu deixar para viajar ou ir em alguma excursão mais para frente, além de aproveitar melhor o guia, a viagem, tudo, o clima estará melhor também.
Vancouver é triste quando chove, e fica ainda mais linda quando o sol se abre. As flores estão começando a nascer agora, então vou esperar desabrochar estudando trancafiada nas salas de aula ou em meu quarto.
Eu escolhi estudar Grammar and Writing em uma das aulas (duas horas diárias) e Listening and Vocabulary na segunda aula (duas horas diárias também).
As aulas são muito difíceis, a primeira tenho vontade de chorar todos os dias, mas só dá para fazer as aulas legais se você consegue pelo menos falar corretamente com alguém, além de escrever bem e ter um bom vocabulário. Nada disso eu tenho.
As aulas sempre são muitas dinâmicas em grupos ou em pares, eu sempre tenho de falar sobre o Brasil. Uma das aulas eu tive de explicar detalhadamente o carnaval para uma moça da Arabia Saudita, e o pior é que ela não estava entendendo nada, mas eu tinha de explicar até ela entender, pois a redação dela dependia da minha explicação e tinha um mínimo de linhas, assim como eu tive de entender tudo o que ela me explicava sobre o Ramadã (e eu também não entendia nada o que ela me dizia).
A parte boa é que é um multiculturalismo, mas difícil.
Quando chego em casa a noite, só faço me alimentar e organizar as coisas para o dia seguinte. Aproveito o máximo que posso dormindo.
Para sapecar preciso repousar também.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

First Day

Nada como dormir, mas dormir muito e dormir bem.
Percebi que aqui em Vancouver o céu escurece quase 21h e amanhece bem cedo.
Eu acordei bem cedo na segunda, umas cinco da manhã. Acredito que por causa do fuso-horário. Aqui são três horas a menos que no Brasil.
Lá fora da janela estava chovendo, aquela chuva que parece que não tem pressa de cair e que vai durar muito. Acompanhado dela um frio tremendo, a minha blusa mais quente era a mais inadequada. Como eu senti frio!
Apesar de Mrs. Kim ter-me apresentado toda a cozinha, onde ficava tudo para comer, eu não me senti tão à vontade assim de abrir a geladeira e escolher entre suco ou leite, entre geléia ou manteiga, ou qual tipo de pão comer. Optei pelo café, mas mal sabia eu que após ela encher minha xícara até em cima, eu podia ver o fundo dela de tão fraquinho que era. Quase um chá. Imagine com leite? E aqui ela só toma leite desnatado.
Ela queria conversar, mas eu entendia pouco e falava quase nada, tudo o que eu queria dizer eu não lembrava como dizia – falta de vocabulário.
Ela me explicou a rotina dela, o que eu entendi foi muitíssimo pouco.
Ah somente hoje eu percebi que no hall da casa ficam todos os sapatos e bolsas, muitos, todos andam descalços, exceto eu. Depois disso passei a tirar os meus sapatos na entrada também.
Desci rápido para o ponto de ônibus a duas quadras, uma chuva gelada me aguardava.
As pessoas são muito educadas por aqui, muito mesmo. Os motoristas parecem sempre estar de bom humor, aliás, para mim foi ótimo, já que no mapa que minha hostess me deu tinha algumas regras como: dê o dinheiro correto ao motorista que ele não anda com troco, e eu com dez dólares na carteira. O motorista deixou-me sentar dizendo que eu pagasse uma próxima vez, e claro emitiu o bilhete. O bilhete custa $ 3.75.
Depois foi a vez de me perder para encontrar a escola, isso significava que eu me molhava com a chuva e sentia mais frio ainda.
Ao chegar à escola não tive aula, fiz somente o teste escrito e oral. Aonde era uma espécie de praça de alimentação havia mais 76 alunos fazendo o teste escrito, e uma diretora explicava as regras todas em inglês. Eu notava em todos os rostos o espelho do meu, uma cara de ué, ou uma interrogação enorme.
Fiz amizade imediatamente, sim eu estou fugindo de brasileiros e percebo-os de longe, sempre são menos gentis.
No meu teste a professora disse que tenho o Listening bom, porém a pronúncia e vocabulário horrível (não foi bem nessas palavras), mas eu já estava esperando ir para o Basic ou Pré Basic. Eu fui para o Pré-Intermediate, ou Level 1+.
Comprei o bilhete do ônibus errado e depois foi uma aventura para trocar, já que o meu inglês está péssimo.
E como estou ainda muito acanhada e sem conseguir me comunicar direito, cheguei em casa e preferi ficar estudando, depois subi na sala onde Mrs. Kim fazia algo no laptop, até disse a ela que precisava falar mais, porém não consegui falar muito, tudo o que eu queria falar não conseguia. Uma frustração.
Tomara que eu consiga falar logo, pois quem me conhece sabe que eu gosto muito de falar, de falar muito.
E assim começa as minhas sapequisses por aqui.

domingo, 10 de maio de 2009

Host Family

A primeira impressão é a que fica?
Eu cheguei em Vancouver praticamente muda. No transfer havia eu, uma mineira e um carioca, a mineira falava muito e não gostava que falasse português com ela, mas eu não estava entendendo nada que o motorista estava dizendo (era sobre várias dicas de Vancouver).
Eu fui “entregue” por último e pensei que iria morar nas montanhas. Primeiro porque o lugar é muito, muito bonito e depois porque era muito, muito longe.
O motorista me alertou para tomar cuidado com ursos negros que aparecem nessa época do ano, me lembrarei disso.Fui muito bem recebida pela Mrs. Kim, minha Host mother, muito simpática estava cuidando do jardim quando cheguei.
Ela assustou pela quantidade de malas. Levou-me imediatamente para meu quarto, muito aconchegante, me apresentou a lavanderia e o banheiro. Depois me disse que dois japoneses chegariam em breve e que iriam ficar somente duas noites.
Então eu conheci a Sarah sua filha de 12 anos. Tive a impressão que ela só organizou o meu quarto e o banheiro, sim, pois na sala ao lado e na lavanderia eu tinha de desviar de tanto brinquedo espalhado. Crianças...
Eu cheguei absurdamente cansada e fiquei imensamente feliz quando vi que a cama era maravilhosa, além de ser de casal e extremamente macia.
E havia um work station para mim tambem,
Organizei minha bagagem no armário, quando a Mrs. Kim veio me dizer algo como que iria me levar no mercado e aonde pegava o ônibus para a escola.
Mas após o banho eu desmaiei na cama, tremia de tanto frio, pois eu não havia ligado o aquecedor e lá fora uns 12 graus.
Apesar do chão encarpetado e eu com uns 4 cobertores, tive a impressão de que nunca mais sairia daquela cama.
Uma hora depois escuto bater na porta, eram Sarah e Mrs. Kim que vieram me dizer algo como que já iriam ao mercado e em mais algum lugar, foi o que eu entendi (estou entendendo 50% do que elas dizem para mim). E eu lembro que só consegui responder que preferia ficar dormindo mais um pouco que estava muito cansada.
Bem acordei umas duas horas depois, com mais frio ainda e percebi que não havia ninguém em casa, voltei para a cama até as ouvir chegar com visitas.
Eu não sabia se ia à sala falar com ela, no jardim, ou ficava no quarto ou sei lá o quê. Ah é muito ruim o primeiro dia de uma forasteira.
Fiquei um tempão no quarto ensaiando o que faria, mas eu estava quase a desmaiar de fome e sede. Já fazia 12 horas ou mais que eu havia me alimentado.
Por fim fui até o jardim onde Mrs. Kim estava sentada com alguma amiga, não me lembro se ela me apresentou já que Sarah me levou a cozinha para jantar.
A casa estava repleta de rapazes jogando videogame, deduzi que um deles era o Nathan, outro filho de Mrs. Kim, de 15 anos.
Após o jantar e as visitas irem embora, minha host mother me levou para conhecer aonde eu pegaria um ônibus para a escola, explicou até eu entender qual ônibus pegaria, o valor, os tipos de passes e o mapa.Se eu estava entendendo tudo, digo que não. Está bem difícil para mim, eu presto muita atenção no que ela fala, mas entendo por volta de 10 a 20% e falo por volta de 5%.
Ah meu Deus, preciso sapecar mais!

O voo

Definitivamente o avião da Air Canadá não deixa a desejar em nada, exceto que eu não estava na primeira classe.
O meu primeiro vôo iria de São Paulo direto para Toronto, aproximadamente 11 horas.
Após o jantar, bateu um soninho muito do bom e ainda era 21h30m. Resolvi olhar o cardápio de filmes que ofertava desde The Curious Case of Benjamin Button, Revolutionary Road, Yes Man, Valkyrie, Frost Nixon, Marley and Me, Gran Torino até Reader, filmes de Hollywood muito bons. Sem contar uma lista de filmes canadenses, franceses, clássicos, contemporâneos, documentários e shows.
Acontece que era tudo em inglês ou francês... sem legenda.
Nem o comandante falava português, todas as recomendações eram dadas em inglês e depois em francês. Bem, decididamente filme não era o meu programa. Resolvi assistir um show da Sarah Brightman e não vi quando o show havia acabado, pois desmaiei de tanto sono. A viagem foi uma sucessão de sonos picados. Exceto por uma forte turbulência quando estávamos sobre o Amazonas. Senti como se estivesse numa montanha russa do Hopi Hari. Uma sensação ruim mesmo.
Ao meu lado tinha vários brasileiros, todos indo para estudar inglês. Muitos e muitos, a maioria para ficar um ou dois meses, e indo para Vancouver.
Ao chegar a Toronto muitas surpresas me aguardavam. Primeiro foi a imigração. Algumas perguntas como o que você veio fazer no Canadá, quanto tempo, e que após três ou quatro repetições da moça eu entendi tudinho (ela é que não gostou de repetir). Graças a Deus não me pediram documento nenhum, somente isso.
Ao buscar as malas para fazer o cheking de transferência eu necessitava de um carrinho, 4 malas pesam. Mas o carrinho era pago, por dois dólares você retirava um da fila.
Uma luta para conseguir um, já que a máquina do carrinho só aceitava notas de no máximo dez dólares canadenses.
O jeito foi tentar passar um cartão, o VTM e nada, resolvi passar um cartão de credito internacional brasileiro, nada. Enquanto isso a fila crescia atrás de mim com pessoas apressadas e estranhas.
Sem nenhuma instrução na máquina, me apareceu uma boa alma (brasileira) que morava em Toronto e estava de férias no Brasil e passou seu cartão de credito para mim e não me cobrou nada.
Sim mas o carrinho foi só para andar 300 metros, pois logo tinha de despachar as malas com uns homens muito mal humorados, que mais pareciam parentes do Bin Laden que qualquer outra coisa. Mas eu não poderia nunca levar 3 malas de rodinha e uma mochila sem o bendito carrinho.
Após toda essa andança, o aeroporto é muito grande, hora de passar na policia federal de lá. Ah sim me esqueci de falar, tem de tirar o notebook da mochila.
Do outro lado da esteira me aguardava um rapaz muito simpático, provavelmente lá do oriente médio também, que pediu para abrir a minha mala de mão. E ele com uma luva de plástico e uma pinça com um paninho branco pequenino na ponta com algum liquido passou dentro da mala e levou o paninho para analise ali mesmo na esteira.
Bem, depois ele esvaziou a minha mala retirou três itens e me disse algo como: é proibido levar essas coisas, tem muito liquido. Ah não era nada demais, somente meu protetor solar novinho em folha, um sabonete liquido da Natura que eu estava levando para a minha Hostmother e minha garrafa de água. Eu só gelei mesmo quando ele abriu uma nécessaire e retirou o meu Giorgio Beverly Hills de 300 ml e quase ia separando para também confiscar, quando, suponho eu, ele viu que era americano. Simplesmente um perfume caríssimo, e o único que eu levava também.
Bem, após essa maratona no aeroporto eu estava esgotada, porém feliz.O meu próximo vôo para Vancouver seria logo em seguida dentre tres horas, e mais 6 horas eu estaria em casa.Acontece que nem sempre devemos ser a boa cidadã que faz tudo certinho.
Todos os vôos da Air Canadá têm uma tela de LCD na sua frente, linda, cheia de coisas para fazer, o ideal seria um fone de ouvido para ouvir tudo.
Sim no primeiro vôo foi fornecido o fone, travesseiro, cobertor. Eu devolvi tudinho na saída, sem saber que poderia até levar, pois no vôo para Vancouver um simples fone de ouvido (igualzinho o do outro vôo) custava 3 dólares canadenses.Pois é, um travesseiro cinco dólares, e a comida também era paga, o que aliás não teve jeito mesmo, tive de comer e pagar – e caro.
E como eu senti frio nesse vôo. E ao aterrissar uma dor de ouvido espetacular. Bem que eu havia ouvido a comissária oferecer chiclete a dois dólares pouco antes.Well, depois tudo deu certo graças a Deus, mal eu pisei no aeroporto eu vi uma placa com o meu nome em letras garrafais.
Não me arrependi em nenhum momento pelos 100 dólares do transfer que eu havia pagado.
Ah cansei de tanto sapecar!!!

sábado, 9 de maio de 2009

O embarque

“Voar voar, subir subir”
Eis que eu gozava de uma tranqüilidade incrível para o embarque, até chegar ao aeroporto.
Essa ansiedade oculta foi extravasada em formato de uma hinite alérgica no qual avançava em tempo recorde.
Fui tomada por uma dor no corpo intensa, a garganta seca e a impressão de que eu estava com febre.
Nos alto-falantes do aeroporto anunciavam que quem estivesse acima de 38 graus de temperatura, ou febre, dores no corpo ou tossindo não embarcaria (santa gripe suína, ops gripe A).
Bem, a Mamuska disse que eu não estava com febre coisa nenhuma, mas eu juro que queria uma cama bem gostosa!
A Naty disse que iria aparecer com o Bruno no aeroporto, mas nem falar com ela no celular nós conseguimos.
Por fim já era 19:00h quando eu entrei para embarcar, sozinha mas feliz.
Ah, a viagem seria longa...
E deixando todos os chororôs do lado de fora, eu entrei para uma maratona de 20 horas.
Toronto que me aguarde para sapecar!

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Malas e Afins

“Hoje eu acordei com uma vontade danada...”
Como morar seis meses no exterior sem querer levar o guarda roupa inteiro? E se você tiver dois guarda-roupas? Como faz?
No meu caso eu quis levar tudo, ou quase tudo pelo menos.
E foi assim que esvaziei dois guarda-roupas inteiros....
Eu nem imaginava que essa humilde quantidade de roupas caberia em cinco malas e não em duas! Além de tudo o mais eu encaixotei todos os meus livros e pertences para a posteridade...
Até ai tudo bem, o Claudio me levaria na casa da Mamuska de carro, mas e depois?
Depois foi o que eu fiz quando resolvi entrar no site da Air Canadá para verificar as dimensões das malas e peso máximo. Acontece que das cinco restaram 4 malas muito pesadas, além de um bolsa de pertences.
E mesmo assim eu embarquei com a sensação de que era uma consumista sem solução, tamanha a quantidade de roupas que levava!Será que no Canadá não haveria roupas para comprar caso eu precisasse?
Sei que somente alhures eu pude comprovar o quanto estava errada.
Mas eu odeio sapecar com peso!

Dolar

A parte mais dolorosa da minha viagem foi comprar dólares.
Idas diárias ao banco para comprar picadinho de dólares, sempre com a esperança de no dia seguinte estar mais baixo ainda.
Passei a assistir a novela das seis, sete e Jornal Nacional, não porque eu gostava, mas porque esperava ansiosa a cotação do dólar (hehehe).
Aliás, eu estava sem internet já há duas semanas! Será que sobreviveria sem internet? Ah com certeza não.
Acontece que nos meus dois últimos dias no Brasil o dólar resolveu, digamos, despencar, cair precipício abaixo. E eu com a carteira cheia (nem tão cheia assim vai) de dólares caros.
Cheguei ao Aeroporto de Guarulhos e juntei as últimas notas de real e troquei por dólar canadense.
Ah melhor sapecar muito, mas com dindin!

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Despedida

Se você não cuidar da sua felicidade, quem mais cuidará?
Eu só posso ser testemunha fiel de que quando você quer uma coisa o universo inteiro conspira a seu favor. Já disse isso aqui.
Realmente essa é a época certa, o tempo certo, o meu ano, o meu tempo.
Eu estava muito preocupada de que o Claudio não conseguisse uma pessoa bacana para me substituir na clínica, e, no entanto deu tudo tão certo que eu fiquei em paz.
Depois vieram as despedidas.
Fizemos um churrasco na casa da Mamuska, somente nós, minhas irmãs, ela e o João, exceto a Roberta anti-social que não quis ir, mas foi bom!
Depois fiz uma despedida aqui em Jundiaí para os amigos que puderam comparecer e meu pai, foi igualmente bom.
E ontem minha avó preparou um banquete de despedida aqui em casa, com direito a visita do Beto de Tatuí e tudo mais.
E apesar de eu já estar sem celular e sem internet, me sobrou mais tempo para encaixotar livros, revistas, medalhas, documentos, DVD`s e CD`s.
E depois de muito tempo eu não estou preocupada em emagrecer ou engordar. Permito-me alimentar-me bem, muito bem, sem preocupações com a balança. Claro que sinto falta de um esporte, mas tudo tem sua época.
Com essa gripe suína assolando o planeta, melhor mesmo é aumentar a imunidade corpórea.
E ainda consegui assistir o show do Andrea Bocelli em SP, oportunidade única. E participei de um congresso de comunicação e relações públicas.
Ah como é bom ter tempo para sapecar!

sábado, 2 de maio de 2009

O visto

“O dia em que fui mais feliz eu vi um avião...”
Se eu estava ansiosa com o processo do visto? Estava e não estava.
Tinha tantas preocupações ocupando minha mente que no fundo eu sabia que tudo daria certo, inclusive o visto.
O dia 09 de março foi muito importante para mim, sempre foi, em outra época e agora esse ano.
Um dia no qual eu levantei com prazer, irradiando felicidade, e isso logo às cinco da manhã! Sim, pois fui correr no Jockey Clube, uma corrida pelo dia internacional da mulher, corrida de rua.
E depois eu tinha um encontro marcado com o Marcelo, um grande amigo que há muito eu não o via. Ele estava com meu passaporte já fazia um ano, e tivemos um dia tão agradável juntos que imaginei que aquilo sim era felicidade, encontrar pessoas tão bacanas para momentos mais bacanas ainda.
E tão logo dei entrada no visto passaram-se 15 dias e então uma resposta positiva.
Ah muito bom, uma confirmação de que quando você quer uma coisa o universo inteiro conspira a seu favor.
Ao chegar para trabalhar no dia seguinte me deparei com um cartaz muito lindo na geladeira, o Cláudio que fez para mim.
Só posso dizer uma coisa: se você não sapecar as coisas não cairão do céu não!
Bora sapecar!